Sim, eu sai sem rumo.
Eu sai por as ruas, em meio ao vento e a poeira.
Talvez para tentar me encontrar.
Já faz muito tempo que ando perdido, sabe ?! em meio a minha voz sufocada, e entre os lamentos da minha alma, está o meu Deus.
O único que não me abandona jamais, faça chuva ou faça sol.
Sim, eu sai por aí, olhando as flores e as folhas verdes, vendo a beleza do mundo e minha pequenez.
Dizem que a minha vida é um milagre. Mal eles sabem ...
Tem certas dores, que sentimos nas entranhas, e nem mesmo as palavras afáveis de amigos, parentes, ou até mesmo os livros podem aplacar.
Fiz da tristeza o meu palco, fiz da solidão do dia, o meu companheiro...
Só por hoje, eu não queria nada.
Nem a palavra amiga, nem a musica favorita, nem o livro amado, nem a santa missa.
Por hoje eu queria eu mesmo...
A sede abrasadora de me encontrar, descobrir quem sou eu, porque este sou eu.
Alguns nascem condenados mesmo.
Mas se a dor te faz forte, nesta arte eu serei campeão.
Tomei tomas as pedras que me jogaram, abracei-as com um amor incondicional, fiz delas um palco de diamante e bairro, e ali subi, para mostrar ao mundo, que no chão não é meu lugar.
Não preciso do seu aplauso, não preciso do seu apoio...
Mas nada pode me fazer mudar, selar a minha voz, eu tenho mil razões sinceras.
Até a ultima lagrima restar.
Raul D.
Nenhum comentário:
Postar um comentário