domingo, 6 de outubro de 2013

DOMINGO SEM RUMO.




Sim, eu sai sem rumo.
Eu sai por as ruas, em meio ao vento e a poeira.
Talvez para tentar me encontrar.
Já faz muito tempo que ando perdido, sabe ?! em meio a minha voz sufocada, e entre os lamentos da minha alma, está o meu Deus.
O único que não me abandona jamais, faça chuva ou faça sol.
Sim, eu sai por aí, olhando as flores e as folhas verdes, vendo a beleza do mundo e minha pequenez.
Eu pude ver, o quanto eu sou ... inferior, pequeno, sujo.
Dizem que a minha vida é um milagre. Mal eles sabem ...
Tem certas dores, que sentimos nas entranhas, e nem mesmo as palavras afáveis de amigos, parentes, ou até mesmo os livros podem aplacar.
Fiz da tristeza o meu palco, fiz da solidão do dia, o meu companheiro...
Só por hoje, eu não queria nada.
Nem a palavra amiga, nem a musica favorita, nem o livro amado, nem a santa missa.
Por hoje eu queria eu mesmo...
A sede abrasadora de me encontrar, descobrir quem sou eu, porque este sou eu.
Alguns nascem condenados mesmo.
Mas se a dor te faz forte, nesta arte eu serei campeão.
Tomei tomas as pedras que me jogaram, abracei-as com um amor incondicional, fiz delas um palco de diamante e bairro, e ali subi, para mostrar ao mundo, que no chão não é meu lugar.
Sim, eu estou de pé, mais uma vez, muitos querendo, muitos odiando.
Não preciso do seu aplauso, não preciso do seu apoio...
Mas nada pode me fazer mudar, selar a minha voz, eu tenho mil razões sinceras.
Não vou me entregar ...

Até a ultima lagrima restar.




Raul D.

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