sábado, 22 de novembro de 2014

CRÔNICA DA VINGANÇA DE CASMURRO.




Então naquela tarde ensolarada, Casmurro, que vivia dando murros na parede resolveu desabafar, seu monologo sem fim.


precisava de um psicologo, ou ficaria louco. a raiva e o suor que lhe escorria a face, fazia tremer de ódio.
agradecia a Deus em todo instante por não ter uma arma calibre 38 nas mãos. ele poderia fazer "um arregaço" naquela tarde.

seu amigo Temístocles, logo notou. Casmurro, o homem pacifico, aquele que sempre ouvia as pessoas, nunca fora assim... oque será que havia acontecido? seja lá oque acontecera parecia ser serio... então, porque não, ser um ombro amigo? a verdade é que com o desenrolar da historia, Temístocles percebeu que foi um grande "disse-me-disse" que originou tanta confusão.

Apressado, com um lenço xadrez em seu pescoço, agoniado, foi logo sentando na cadeira, com o seu jeitão sorrateiro, dizendo sem rodeios:

"OHHH VADIA ! se eu pudesse eu matava aquela maldita. antes amiga de cama, hoje uma puta ! "


- Se acalma homem (ponderou Temístocles)
toma uma água, senta, te aquieta. sabes que tú tens problemas e podes morrer. oque se passa?


A verdade é que a simples pergunta desencadeou o mais sincero desabafo do moço arretado, que já estava a tempos sufocado.
em meio a falação surgiu o grande bordão: "Tú só o bonzão, quando tá longe do meu facão!"



sem rodeios, o rapaz, de feições serias, já desatinou a falar:


- O engraçado de tudo isso Temístocles, é que a pessoa disse pra mim a seguinte frase: " você não é mais nada pra mim, você se tornou um desconhecido." quando eu a abracei, naquela espelunca ela não correspondeu o abraço e me tratou com desprezo." sendo assim, fui lá, e resolvi tirar da minha vida. oque me parece ser correto. apaguei da lista de contatos e fiz como a velha musica diz: esqueci o telefone, risquei o nome da agenda, e não liguei mais. como passo final, exclui do facebook.

- EXISTE FACEBOOK na nossa época Casmurro?! (Temístocles interrompeu)

- Claro, zé ruela ! é que hoje em dia as pessoas como nós, ainda prezamos pelos bons e velhos costumes de uma proza a dois, em uma mesa de buteco sujo, enquanto outros falam mal de quem vai fazer cosplay da Marceline, primeiro. (Casmurro respondeu com acidez)

- Não entendi, pôh, mas pode continuar...

- pois bem, depois de tudo isso veio minha grande surpresa: ESSA GRANDE FILHA DA PUTA, veio me encher saco, porque mesmo falando tudo isso, queria continuar nos meus contatos. mesmo me desprezando.
parei para refletir sobre as palavras do Feijão Winchester, aquele moreninho arretado do açougue: "As vezes somos nós que damos a ousadia pra pessoa nos ferir" !
e não é que ele tem razão? ele me disse isso, após falar que um cara o chamou de tição apenas uma vez. na segunda vez, ele ja estava sendo vendido como carne moída no açougue da grande Londres... o bicho é sangue-no-zói neguinho!

Eu que sempre fui um amigo fiel, que ficava ouvindo os problemas dela, aturando de bom agrado os traumas dela, falando do Ex namorado que a inferiorizava por ela ser o patinho feio... as confissões de que saia em tempestades com raios, querendo morrer, com o termino do relacionamento, as fofocas falando mal dos amigos, principalmente da família turbulenta de um deles e do irmão gay de seu melhor amigo, que hoje ela despreza por ele a ter abandonado. pobre moço, mal sabia ele, que a vida dele, estava escancarada aos ventos, pois tudo ela contava.
Até mesmo que era amiga de seu irmão, pra se vingar do gay frustrado que foi "impiedoso" com ela e todo aquele mi-mi-mi, que a gente vê na saga da vida alheia.

me mandava fotinhos sem sutiã, para se sentir desejada, e etc...
e eu, sempre aguentando esse fardo. (acho que vou subir um degrau rumo ao céu por isso) como meu amigo costuma dizer: infelizmente essa guria, tem um problema muito grande de carência e solidão.
não se ama, MAS TINHA A NECESSIDADE de ser elogiada, tinha necessidade de se sentir GOSTOSA, porque as mulheres ao redor eram... e ela nunca foi. talvez seja por isso que vivia implorando por atenção.

A tipica sonhadora que vai morrer com poster de crepúsculo e copos de chocolate submersa em amargura.

- oque é crepúsculo uai ?! 
(Imediatamente Temístocles interrogou)

Com sorrisinho meia boca, apenas respondeu:
- espera até chegar a adaptação no cinema que você vai ver... mas voltando ao foco: Infelizmente a pobre moça, achou que ela não tinha teto de vidro, e se sentiu no poder, de atirar pedras e diamantes no meu telhado. CHUMBO TROCADO NÃO DÓI.
para completar, tentei ensaiar algumas frases cultas.
como " Não dê mais tantas voltas não, se chicoteia assim por qualquer perdão, todo esse teatro não me impressiona, por maior que seja sua displicência " como diz a velha musica.
mas eu aprendi uma coisa com meu pai, que hoje está em seus tempos de velhice, e sabedoria: Quando nós colocamos joia no focinho de porco, perdemos os dois. 
A JOIA, E O PORCO.
o porco eu não lamento ter perdido.
ele é um bicho desprezível, que eu odeio, mas que infelizmente tive dó da sua fraqueza porque um dia, eu como Animal da raça humana, também já fui fraco...

aprendi com o porco que eu sou um voraz predador.
e predadores matam pra sobreviver.

Sobre a joia?
A metáfora é para poucos, mas eu já explico: a joia foi o meu tempo valioso que dediquei, curando as feridas que não são minhas.

mas o tempo é justo, e o destino um sábio conselheiro.
termino com apenas uma frase:

era uma vez um porco, que subestimou o orgulho de um homem.
era uma vez um homem, que pegou raiva do pobre animal, o porco.
era uma vez o destino... que brinca com as pessoas, e que mais cedo ou mais tarde colocaria o PORCO E O HOMEM CARA A CARA.
era uma vez O FUTURO, era uma vez A VINGANÇA, era uma vez o numero 24, era uma vez ...


Temístocles arrastou a cadeira pra frente com as sobrancelhas erguidas esperando o desfecho do desabafo psicopata;

- vai ficar nessas reticencias Casmurro? (perguntou Temístocles com os olhos brilhando de curiosidade.)

- sim deixarei esses três pontinhos, porque eu sou fã das voltas que o mundo dá.


Moral da historia:
Quem não teto de vidro que atire a primeira pedra!

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